Sócios

domingo, 12 de setembro de 2010

Pescador


Estava lá, entre as margens, cheias de árvores, extenso, largo, belo, as águas calmas, mas não paradas, seguiam o curso, ora parecia que desciam, ora subiam, não sei dizer bem para qual lado iam. Nas margens, pássaros, bichos e muito verde, mata fechada, um pouco acima bem ao centro das margens, um homem pescava, não podia ver seu rosto, seu chapéu o cobria, só podia mesmo é ver a fumaça do palheiro aceso, ele estava ali desde cedo, parecia rotineiro na vida dele, ir à busca de seu alimento, as suas armas, um caniço, linha, anzol e isca, não sei bem que tipo, mas imagino que eram minhocas. Ele jogava o anzol e segurava pacientemente o caniço, sem se mover, sem fazer barulho, na tentativa de pega-lo com uma fisgada no momento de uma beliscada na isca. De repente, ele puxa rápido e com força, mas vem somente a chumbada com o anzol descarregado, ele suspira, acende outro crivo, e tudo com muita paciência, recarrega o anzol com mais um petisco, lançando novamente nas águas. Fica ali por mais um tempo, sem se mover, de repente, ele puxa novamente e dessa vez, não deu chance ao bicho, que ao chegar no barco, sem forças, se entrega, cansado de lutar para escapar, pelo que vejo é grande, cerca de meio metro, o suficiente para a refeição. Ele recolhe seus apetrechos, pega o remo, e com muita calma segue em direção a margem oposta a minha. Ele não imagina que eu o observava, ou sabia, não sei. Talvez sim e fez de conta que não me viu. Agia naturalmente. Atracou seu barquinho, amarrou a corda, pegou tudo, inclusive o peixe, que ainda se debatia de vez em quando e entrou mata adentro, fazendo com que eu o perdesse de vista.

Kleber J. G. Martins 29/08/2010

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