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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Folhetim - Relacionamento dos anos 2000 - Capítulo III – Anunciando o namoro

– Pai! Eu e o Daniel estamos namorando.
O velho tossiu, a velha também e o cão rosnou.
– eu gosto muito dele, e já conversamos.
O velho tossiu, a velha também e o cão rosnou novamente.
– o que o senhor pensa sobre isso? Pergunta a moça.
O velho tossiu, a velha engoliu o mate quente como se fosse água de coco em dia de verão baiano e naquele momento de tensão até o Demétrius tossiu, nunca tinha visto cachorro tossir, mas esse sim, tossia feito gente.
–Se fizer minha filha sofrer, te arranco o couro do corpo inteiro com aquela adaga e faço um tapete pra limpar os meus pés.
– Que isso pai! Pergunta a moça, repreendendo o velho.
Daniel suava frio, engoliu seco, e soltou um:
– pode ficar tranqüilo, Seu Antonio.
Dona Tere serviu o jantar, na tentativa de acalmar os nervos e matar a fome é claro. Conversaram sobre tudo, família, trabalho, histórias de infância e diversos assuntos. A noite terminou bem, ninguém saiu machucado, o rapaz até recebeu convite pra voltar quando quiser. Bom, a noite se aprofundou, e a conversa estava muito boa, mas Daniel tinha que ir. O cão, que no inicio rosnava pro rapaz, já se esfregava nas pernas dele, era o inicio de uma grande amizade. O rapaz se despediu de todos e a moça o acompanhou até o portão, pra conversar um pouco a sós com ele.
– viu? Eu te falei que meus pais iam gostar de você.
– tomara, tomara. Diz ele, já aliviado.
–pode vir quando quiser, meu pai gostou de você.
Passado esse primeiro momento, os dias foram passando, os meses, e Daniel já freqüentava a casa de Viviane mais do que a sua casa. Dormia lá, almoçava, jantava, tomava café, até a geladeira já abria. Falando em geladeira. Já ouvi casos que dizem que não é recomendável abrir a geladeira do sogro sem permissão. Você pode até dormir na casa dele, as vezes até dormir com a filha dele, mas nunca, nunca abra a geladeira do velho por conta própria. É só uma dica. Caso contrário você pode ganhar um inimigo ao invés de um sogro.

Kleber J. G. Martins

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